Nosso cérebro é como um computador. Ele é construído para tomar decisões certas, coordenando nosso corpo em uma complexidade de informações que estão sendo constantemente recebidas, armazenadas, recuperadas e processadas. Estas informações constituem os dados de um programa, do qual temos controle consciente, e de uma outra parte mais automática, que é a forma sub-consciente e a inconsciente. Por exemplo, você tem controle sobre aumentar ou diminuir o volume da voz, mas você não tem controle sobre a sua pressão sanguínea. Ela é controlada automaticamente pelo seu sistema nervoso central, assim como a sua temperatura. No meio destes dois controles, existe o controle de sobre as decisões que nos travam, ainda que o consciente determine que seja executado. Da mesma forma que quando você sai do trabalho para casa dirigindo o carro pensando concentradamente na sua vida e chega em casa sem se dar conta como chegou lá, pois não estava atento a nada, mas parou nos sinais, freiou quando o carro à frente freiou, fez as conversões até chegar ao destino, temos outras funções automáticas que nos sabotariam noutras trajetórias de nossa vida. É sobre estas sabotagens que focaremos agora.
Durante o processo de captação das informações a fase mais crítica é a nossa infância, compreendida do nosso nascimento até os sete anos de idade. Até os cinco anos somos muito impressionáveis. É basicamente aí que a personalidade é formada. Ainda que ela possa (e deva) ser mudada, nosso instinto decisório estará muito enraizado a partir das experiências vividas até esta idade. Poderiamos chamar isso de sistema operacional. Alterações deste padrão serão fruto de muito esforço e preparo, ou de apoio profissional.
Digamos que você pedisse uma bicicleta de aniversário aos 6 anos de idade. Seu pai lhe dissesse algo assim: - "filho, tá pensando que dinheiro nasce em árvore?" ou "tá pensando que eu sou banqueiro?"ou "só tem dinheiro nesse país quem rouba", você terá questões com dinheiro. Se ele dissesse que "você foi muito mal criado este ano e não merece uma bicicleta" ou "você não levou a escola a sério e repetiu o ano" ou "você desrespeitou sua mãe", qual o resultado disso, além de não ganhar a bicicleta? Você ganharia uma crença limitadora, ou seja, que para ter algo tem que ser rico e que você não é rico porque para ser rico teria que roubar ou que você não é bom o bastante. Caríssimos, isto ficará marcado a fogo no seu banco de memória, mas infelizmente não se dará conta do que isto causa em toda a sua vida. Bem, permita-me uma correção. Se você estudar este texto e refletir seriamente nas coisas que ouviu quando criança que fizeram você passar a acreditar de forma limitada, poderá enxergar que nada disso lhe é útil e com isso conseguirá livrar-se destas crenças limitadoras, que nada mais são do que a parte "misteriosa" que me referi.
Ao lhe dizerem que você é gordo ou magro, alto ou baixo, feio ou dentuço ou qualquer coisa, a criança vulnerável acreditou nisso. Consciente ou inconscientemente, está muito bem registrado em você. Agora pense nas suas aspirações quando criança. Geralmente elas querem ser algo importante. Mas com o passar da idade, elas se conformam com algo bem menor. Motivo? Misterio!!! Opa, já não é mais mistério, certo? Crenças limitadoras.
Agora a boa notícia. Quando você consegue identificar estas crenças limitadoras, você se liberta delas e com isso consegue atingir seu pleno potencial. Durante meus trabalhos de mentoring e coaching, ajudo as pessoas a livrarem-se destas crenças. Ilustro com o caso do amigo Paulo de Tarso Aragão, jornalista redator do Jornal Loucos por Marketing que me autorizou compartilhar com vocês. Em um coaching que fizemos, perguntei sobre o que ele gostava de fazer quando garoto e que gostaria de fazer na vida, mas que por um motivo ou outro ele abandonou a ideia. Paulo ponderou e me disse que gostaria de ser músico. Eu perguntei o que o impedia de ser músico. Ele disse que não era bom o suficiente e que havia desistido. Eu pergunte o que faz alguém ser bom o suficiente. Ele disse que era talento. Daí perguntei se o médico deu um tapinha na bunda do Mickael Jordan quando ele nasceu e ele disse que seria o maior astro de basquete do mundo. Ele riu e disse que claro que não. Daí eu disse que para o Jordan ser o Jordan que admiramos é porque ele treinou mais do que os outros; simples assim. Claro que ele concordou. Então fiz ele remeter-se ao passado para lembrar qual foi o momento que fez com que ele parasse de estudar música. Ele meditou e lembrou da sua dificuldade com teoria musical (parte conceitual da música) e que a sua professora o fez acreditar que ele não "dava" para aquilo. Eu perguntei se a opinião daquela professora despreparada tinha que determinar quem ele seria, ou seja, se ele daria este poder a ela. Foi neste momento que ele teve o "insight", que é aquele clarão onde cai a ficha. E como um passe de mágica o "mistério" estava resolvido.
Este artigo poderia, ou quem sabe venha a ser um livro inteiro, mas a ideia é que você consiga a superação lhe dando a chave para você decifrar o(s) mistério(s) que lhe impedem de ter a vida que você deseja e merece viver.
Desejo uma boa viagem no tempo que você pode fazer com a chave que abrirá o cadeado que lhe mantém preso onde você não quer estar!
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