1) Qual era a sua idéia a respeito do Marketing de Rede antes do primeiro contato com o sistema?
Há muitos anos, quando fui abordado pela primeira vez, eu não concebia ter que pagar para trabalhar, ou seja, tinha uma mentalidade voltada ao emprego como meio de vida. As famosas reuniões e os inflados discursos “vou ficar rico” nunca me atraíram.
2) O que lhe fez tomar a decisão de entrar nesta indústria?
Estava num início de namoro com alguém que acabara de entrar num programa de MMN. Minha intenção era de ajudá-la passando minha lista de contatos para ela, mas antes disso eu investiguei a empresa e o produto para me certificar se tudo estava legítimo e se o produto tinha respaldo científico nas propriedades alegadas. Através dessa investigação criteriosa eu passei a ter contato com o MMN e me interessei em me aprofundar mais e mais. Passei a entender sobre a lógica de funcionamento e detectei que havia uma oportunidade em desempenhar o MMN de forma profissional, não exatamente como estava sendo apresentado pelo que via nas reuniões que passei a freqüentar. De fato, eu continuei a não me identificar com o MMN que eu conhecia, mas muito entusiasmado com todas as possibilidades de um MMN na minha nova ótica, muito diferente das práticas que me deparei no mercado brasileiro.
3) Como foi o seu início?
De imediato, entrei em desacordo com minha linha ascendente, em especial por rejeitar veementemente toda medida manipuladora amplamente difundida, em especial a omissão (o chamado convite às escuras) sobre MMN e produtos nos convites para apresentação de oportunidades. Tive um rápido crescimento e um grande nível de aceitação. Isso não ocorreu devido ao meu preparo em MMN, mas devido à credibilidade construída ao longo de muitos anos. Cometi vários erros por despreparo, mas evitei erros que não me deixariam dormir com a consciência tranqüila, caso tivesse seguido à risca o que me foi passado pela linha ascendente. Um dos problemas que rapidamente detectei foi o fato de eu não estar me duplicando, ou seja, apesar da minha organização estar crescendo muito rapidamente, ela crescia somente pela minha presença nas apresentações. Esse era o sinal claro que algo precisava ser feito bem depressa, caso contrário eu me desgastaria e o esforço seria em vão. Decidi que deveria me aprofundar nos estudos sobre MMN. Comprei áudio-seminários, livros, horas de consultoria dos mais bem sucedidos líderes americanos e ingleses que tivessem o mesmo pensamento filosófico do meu, mas com experiência que me faltava. Foram seis meses dedicados a esses estudos, investindo de 8 a 12 h por dia, 7 dias por semana. Além da minha capacitação, eu estava em busca de um sistema de duplicação eficaz.
4) Por que não desistiu?
Por não deixar de acreditar. MMN não é um projeto para alguns meses, é um projeto de construção de uma rede distribuição que leva anos para ser formada.
5) Qual é o perfil das pessoas que você possui em sua organização (classe social, nível cultural, etc.)?
Busquei formar minha rede da forma mais variada possível. Quanto mais diversificada, mais educativa ela é. Se eu tivesse que definir um padrão médio, ela é constituída predominantemente por casais, com pelo menos um dos cônjuges tendo nível universitário, com renda média familiar de aproximadamente R$ 5 mil por mês.
6) Você concorda que fatores sócio-culturais podem ser uma barreira e tanto para o ingresso da pessoa no sistema (ex.: mentalidade de país de terceiro mundo)?
A principal barreira é sempre qualquer preconceito existente. Para mim, esse tem sido o maior desafio enfrentado e onde concentrei minhas principais energias. Uma vez que a oportunidade de avaliar a proposta seja alcançada, esse preconceito geralmente se dissipa, mas ele é quem limita o acesso a essa exposição.
7) O que é determinante, na sua visão, para o sucesso do novo Distribuidor?
Ter um propósito, ter uma visão realista das coisas a fim de não criar (e não propagar) falsas expectativas que gerariam frustrações, ter um bom sistema de duplicação, um bom mentor, acreditar na necessidade contínua de aprendizado e investir sistematicamente na sua própria capacitação, não parar de prospectar (ato diário e contínuo) e acreditar nos produtos e serviços que oferece.
8) Na sua opinião, por que existe tanto preconceito com o Marketing de Rede?
Contrariar interesses (remanejamento de verbas publicitárias), uso do MMN como forma de propagar esquemas (fraudes), e o acúmulo dos casos de insucesso gerado pelas promessas do dinheiro fácil e rápido.
9) O que seria necessário para que o Marketing de Rede fosse encarado como uma excelente opção de negócios pelo mercado tradicional (empresários e acadêmicos, especificamente)?
PROFISSIONALISMO, isso resume tudo. Ser tratado de forma profissional, fazendo parte inclusive do curriculum universitário
10) Como você vê o atual momento do Marketing de Rede e o seu futuro, aqui no Brasil?
Com a crescente transferência dos empregos e da atividade produtiva para a China, assim como os serviços para o Paquistão e Índia, muitos postos de trabalho no ocidente deixam de existir. O déficit das previdências no mundo ocidental, requerendo que aposentados continuem a trabalhar a fim de gerarem os recursos de subsistência, os custos crescentes de deslocamento e isso aliado às oportunidades geradas pela Internet, gera um grande espaço para o trabalho a partir de casa. O MMN é uma atividade que não requer investimento inicial significativo e iniciar uma atividade não prevê (apesar de ser necessária) experiência prévia. Creio que boa parte dessa massa de pessoas considerará a hipótese de desenvolver MMN. O Brasil está perfeitamente inserido nesse contexto mundial.
11) Uma palavra para quem está começando ou pretende ingressar no mercado de Marketing de Rede.
Não acredite em tudo do que lhe é dito. Encare o MMN como uma atividade profissional qualquer. Não existe a fórmula mágica nem soluções milagrosas. Tudo é fruto de um trabalho duro e contínuo em capacitação para exercer uma atividade como outra qualquer, que enfrenta seu principal desafio no preconceito e é cercada de amadorismo que é sistematicamente duplicado. Quer ter resultados profissionais? Profissionalize-se.
12) Se possível, peço que você me fale algo a respeito da Amway. O que realmente aconteceu naquela época? Por que as pessoas têm verdadeiro pânico quando se fala dela e sempre perguntam se a oportunidade que temos é de mesma natureza ou semelhança?
Até o parecer da Suprema Corte dos EUA a favor da Amway, o MMN era considerado um esquema fraudulento. A legitimação abriu as portas para o que temos hoje, sendo a maior rede formada em número de distribuidores em todo o mundo e de grande importância para nossa indústria. No Brasil muitas pessoas passaram a empreender com a Amway que se tornou um sucesso de crecimento, onde suas convenções lotavam estádios de futebol. Junto com a Amway foi formada a Pronet, que era composta por alguns líderes que produziram os sistemas de treinamento de duplicação a ser utilizados pelos empreendedores Amway no Brasil. O que foi promovido é que esses materiais produzidos pela Pronet deveriam ser adquiridos pelos distribuidores como forma de capacitá-los ao exercício de suas atividades. De fato os materiais eram de boa qualidade para a época, mas houve uma distorção que foi o catalizador do processo de deterioração da Amway no Brasil: os líderes da Pronet ganhavam mais pela venda desses materiais e pelos eventos organizados pela Pronet do que pela própria geração de bônus da rede. Conseqüentemente o foco desses líderes passou a ser a Pronet, não o negócio Amway em si. Ora, se o distribuidor passa a gastar muito com a Pronet e pouco com o produto, fica claro que há ma distorção aí.
Além disso, quando os produtos Amway (sempre de excelente qualidade) foram introduzidos no nosso mercado, eles não tinham competidores. Com o tempo começou a surgir produtos concorrentes com funções semelhantes a um preço bem menor. Aliado a isso, o Real desvalorizou-se aceleradamente, o que encareceu os produtos cotados em dólar. Outro ponto é que os produtos de limpeza Amway eram muito concentrados e seu consumo num lar padrão (detergente, por exemplo) duraria por meses. Considerando que cada distribuidor tinha que manter suas compras mensais, os mesmos acabavam ficando estocados ao longo do tempo. Quando a estrutura começou a ruir pela dificuldade de recrutar novos distribuidores, muita gente que já possuía uma renda familiar baseada nos bônus gerados teve seus orçamentos comprometidos, em especial os milhares de empreendedores que largaram seus empregos formais para a atividade exclusiva de MMN. Amway ainda é a maior empresa de marketing de rede no mundo. Ela tem a impressionante marca de possuir 3 milhões de distribuidores e um faturamento anual de $8 bilhões de dólares (3 vezes mais do que o segundo lugar). Nunca fui um empreendedor da Amway, mas qualquer pessoa mais informada sabe que o problema da Amway foi pontual no Brasil.
"Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão". -- Lao-Tsé
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário